caralho

O CARALHO

Gaita, picha, piça, piço
Moca, cacete, mangalho
Também se chama toutiço
Ao tão famoso caralho

Verga, pau, ferro ou porra
Muitos nomes ele tem
Espirra golfadas de esporra
Quando com tesão se vem

Banana ou alho-porro
Pepino ou malagueta
Cenoura ou nabo roxo
Que se mete em toda a greta

É chouriço, é salsicha
Dos de carne, pois então!
Porque espirra e salpica
Também será salpicão

Broca, barrote ou marreta
Bacamarte ou canhão
Buraco onde ele se meta
Fica em brasa com a explosão

Falo também há quem diga
Mas que nome tão marado!
É expressão que mal lhe fica
Por foder sempre calado

Parece uma maçaroca
Como ela também tem barba
Não tem milho nem pipoca
Tem um furo que se baba

O caralho é uma cobra
Pela forma, aparenta
Mas estando duro não dobra
E em todo o buraco entra

Também lagarto parece
Salamandra ou lagartixa
A osga quando adormece
Faz lembrar a murcha picha

Coiso mole, a descansar
Chega a parecer um sapo
Se boa boca o beijar
Ficará logo um marsapo

O caralho que é bem grande
Até parece uma tromba
Tal qual a do elefante
Tudo arrasa, tudo arromba

Cabeçudo, grande e grosso
Faz lembrar um cachalote
Vai ao fundo em qualquer fosso
Dá cabeçadas na glote

A picha um peixe parece
Chamam-lhe besugo e sarda
Tanto pela frente imerge
Como pela retaguarda

Há quem lhe chame furão
Também lhe chame peru
Gosta de boca e de mão
Gosta de cona e de cu

O caralho ao crescer
Fica com grande pescoço
Apesar de parecer
Nele não existe um osso

Há com pêlo preto ou ruço
Ruivo, branco ou grisalho
Será espeto, fueiro ou chuço
Se for comprido o vergalho

Ao caralho pincel chamam
Porque tem cabo e tem pêlos
Pincela de branco as mamas
Bocas, cus, conas e grelos

O caralho é uma seringa
Que nos buracos se espeta
Não querendo perder pinga
Todo o remédio injecta

Sendo possante e comprido
Por mastro pode passar
Em tempestades aflito
Não se importa de afundar

Se for escuro, grande e rijo
Lembra a moca dum cavalo
Esguichando langonha ou mijo
Qual espumante por gargalo

Abana desfalecido
Até um badalo parece
Ficando mole e caído
Se foder não lhe apetece

Tem cabeça de morango
Pescoço alto e redondo
Dança valsa e dança tango
Pára só quando está tonto

Faz lembrar ginja e cereja
Sua cabeça estalada
Madura mais se deseja
Negra, roxa, avermelhada

A cabeça do caralho
Não tem pêlos, é careca
O pescoço do mangalho
Por norma não tem marreca

Essa picha mastodonte
Fica às vezes bem aflita
Pára só quando está tonta
Pára só quando vomita

Com vaivém, com solavanco
Cospe langonha viscosa
Leite gordo, morno e branco
Nata pura, pegajosa

Quando o caralho é mamado
Até parece uma teta
Que dá leite se ordenhado
Por mão, boca, cu ou greta

No cu, na boca e na crica
A sair e a entrar
Sua pele encolhe e estica
Como a dum fole a soprar

É grande e duro ao entrar
E desse jeito trabalha
Pequeno e mole no findar
Assim sai dessa batalha

Não teme dor ou gemido
Nem suspiros, nem os ais
Corajoso, destemido
Enfrenta canseiras tais

Seja gigante ou anão
Fino, grosso, recto ou torto
À foda só dirá não
Quando estiver quase morto

É este o seu pensar
É este o seu querer
Furar, abrir e entrar
Numa palavra: foder

Da sua amiga fiel
Parceira de solidão
Nunca se aparta dela
Se precisar usa a mão